Instituições travam guerra judicial contra mudanças do MEC
São Paulo - Após causar
transtornos para alunos e instituições, as mudanças do Ministério da Educação (MEC) nas regras de
concessão do Financiamento Estudantil (Fies) tornaram-se agora uma guerra
judicial.
Depois
de apostar na negociação com a pasta, instituições de ensino superior privadas começaram ir à
Justiça contra as mudanças. Alunos também estão procurando a Defensoria
Pública.
Nos
últimos dias, o governo já havia perdido ações em Alagoas e Rondônia. Ontem,
surgiram outras duas decisões da Justiça Federal contra o MEC.
Uma
veio da 7ª Vara Cível da Justiça Federal do Distrito Federal, que suspendeu a
trava imposta pelo MEC para reajuste das mensalidades de instituições
participantes do Fies. A decisão atende a mandado de segurança da Federação
Nacional das Escolas Particulares (Fenep).
Também
houve decisão na 5ª Vara do Distrito Federal. Esta obriga o MEC a cumprir o
cronograma de pagamento dos valores do Fies às instituições.
A
ação representa oito faculdades de São Paulo. "Várias instituições do
Brasil estavam sem receber desde dezembro", diz o advogado Antonio Renato
Mussi Malheiros, que defende as instituições e tem outros sete processos em
trâmite.
O
MEC colocou como limite o reajuste de 6,4% nas mensalidades para contratos no
Fies. As instituições se queixam da trava, uma vez que não é possível cobrar
preços diferentes para quem não tem o Fies. Além de atrasos de pagamento, o
governo criou cronograma diferenciado de repasses para instituições de grande
porte, restringindo os pagamentos.
A
presidente da Fenep, Amábile Pacios, comemorou a decisão da Justiça Federal.
"Cada universidade tem uma realidade diferente, uma planilha de custos e
um reajuste necessário para sua saúde financeira." O MEC informou que não
foi notificado, mas vai recorrer.
Estudantes
Alunos
que não têm tido acesso ao Fies procuraram a Justiça. Levantamento feito pela
Defensoria Pública da União (DPU) constatou que, só em 2015, o órgão acumulou
800 reclamações referentes a renovações do Fies. O órgão estuda ingressar com
ação civil pública para prorrogar o prazo dos aditamentos, que se encerra em
abril. "Recebemos algumas informações, mas com poucas perspectivas de
solução", disse o defensor público federal Eduardo Nunes de Queiroz.
As
informações são do jornal O
Estado de S. Paulo.
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